terça-feira, 30 de julho de 2013

Obras do Inconsciente nas palavras de Nise da Silveira

“O nosso trabalho não visa criar artistas, é um tratamento através das atividades plásticas. O olhar, as mãos, os gestos podem me dizer alguma coisa (...) Meu interesse pela expressão plástica é mais no sentido da procura das expressões mais profundas do inconsciente. A linguagem não verbal diz muito mais que a verbal.” (Nise da Silveira)

Verônica Lapa, sem nome, sem data.
“Quando estive em Zurique, em 1957, por ocasião do II Congresso Internacional de Psiquiatria, ao cumprimentar Jung, ele me disse: ‘A pintura de seus doentes me causou estranheza, e fiquei nesses dois últimos dias pensando porque. Elas são diferentes de outros expositores’. E ele me disse que pinturas do primeiro plano eram pinturas de doentes com alterações psíquicas, mas que o fundo de algumas pinturas o perturbou porque havia ali uma diferença entre o fundo dessas pinturas e a de outros. Que este fundo não era doente, por ser demasiado harmônico para ser de pessoas que estavam com distúrbios psíquicos. Eu fiquei estatelada ouvindo. Ele me perguntou em que condições eles pintavam para que houvesse essa diferença. Respondi que pintavam em ambiente livre e de maneira espontânea. Perguntou se eu tinha medo do inconsciente, respondi que não, mas respeito. ‘Trabalha com pessoas que não tem medo do inconsciente’, foi o que ele acrescentou.” (Nise da Silveira)

Adelina Gomes, sem nome, 1955.


Adelina Gomes
Mulher pobre, filha de camponeses, Adelina Gomes nasceu em 1916 na cidade de Campos, Rio de Janeiro, e faleceu em 1984. Fez apenas o curso primário e aprendeu vários trabalhos manuais numa escola profissional. Moça tímida e sem vaidade, era obediente aos pais e especialmente apegada à mãe. Aos 18 anos, apaixonou-se por um rapaz que não foi aceito por esta. Assim, foi-se tornando cada vez mais retraída, até estrangular o gato da família e ser internada, em 1937, no Centro Psiquiátrico D. Pedro II, no Engenho de Dentro (RJ). O diagnóstico: esquizofrenia.
 
Verônica Almeida Lapa
Nasceu em 22 de março de 1968, no Rio de Janeiro. Começou a frequentar o Museu de Imagens do Inconsciente em 2005 e logo iniciou seu trabalho criativo no desenho e na pintura. Suas telas, de intenso colorido, retratam figuras femininas, nas quais desenvolve estudos sobre os olhos. Além da pintura, demonstra grande interesse pelo estudo da música.

Fontes:
http://casadaspalmeiras.blogspot.com.br/
http://www.ccms.saude.gov.br/artamegalleryartesolidariedade
http://peneira-cultural.blogspot.com.br/2012/05/imagens-do-inconsciente-no-ciclo-de.html

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