sábado, 29 de junho de 2013

Jung e o sonho depois de Biurá

Desde que encontrei Jung e entrei em contato com sua teoria, minha prática de dança transformou-se. Hoje pratico uma dança Junguiana, simbólica, verdadeira e inconscientemente a caminho de uma inteireza.
Em cada frase de movimento, em cada gesto, sinto que revolvo materiais profundos que não me preocupo em nomear, mas aceito-os com respeito e vivo-os intensamente. As imagens e emoções que surgem vem repletas de energia que não pertencem somente ao momento histórico em que me insiro. O inconsciente é atemporal e assim, acredito que energias arcaicas de vivências arquetípicas possam emergir e materializar-se de forma invisível.
Assim aconteceu durante o "Simpósio Natureza da Psique I", onde dancei um trecho de Biurá. Depois do espetáculo, das emoções, lágrimas, abraços e cuidados, dormi e tive um daqueles sonhos mobilizadores.
Na manhã seguinte acordei com uma cantoria (que já faz parte dos Simpósios do IPAC), e coincidentemente (ou não), a música do compositor Almir Sater parecia fazer trilha sonora para as imagens do sonho que eu resgatava sem pressa.


Eu estou andando a cavalo e tem uma pessoa que caminha comigo, não sei se esta pessoa está em um cavalo ou em um burro, pois parece haver uma diferença de altura entre nós. Esta pessoa parece ser muito fiel a mim (me veio a ideia de D. Quixote e Sancho Pança).


Nesta cavalgada eu tenho uma missão, estou em busca do meu bisavô. Curiosamente no sonho parece que vejo através dos meus olhos em um plano baixo, pois só vejo as coisas e as pessoas até a altura da minha cintura. Neste caminhar andamos por estradas de terra batida e mato rasteiro. Chegamos a um armazém antigo todo de madeira cinza e sem janelas (parece um galpão de fazenda). Entramos no armazém e ele está lotado de suprimentos.
Vou conversar com o dono e pergunto a ele sobre o meu bisavô. Ele me mostra uma foto antiga, vejo as mãos desse homem, negras e calejadas, não vejo o seu rosto e nem o rosto do meu bisavô na foto. Ele me diz que meu bisavô passou por ali tem pouco tempo e que ele está por perto (sinto como se ele falasse que ele estivesse presente).



Agradeço e saio com o meu companheiro e continuamos a busca.

Fonte das imagens:
http://mudaessapostura.blogspot.com.br/2009/07/maos-calejadas-pelo-tempo-pela-vida.html
http://www.coiso.net/?m=200805&paged=2
Data de acesso: 27 de Junho de 2013

quarta-feira, 26 de junho de 2013

"Biurá - contas de sonhos" no Simpósio Natureza da Psique I

No dia 27 de Abril, apresentei uma parte de "Biurá - contas de sonhos" no Simpósio "Natureza da Psique I" realizado pelo IPAC na Fraternidade Santo Antônio do Alto da Serra. O local da apresentação foi uma Capela, um presente que acrescentou novas emoções e significados à construção dos movimentos sonhados.

Capela - local da apresentação

Foi um alento viver o momento da morte com a presença da imagem de Cristo crucificado.


Fotos do espetáculo por Daniel Manzi

Espírito dos Ventos






























sábado, 22 de junho de 2013

Simpósio Regional Natureza da Psique I




Em Abril o Instituto de Psicologia Analítica de Campinas - IPACAMP, realizou o primeiro Seminário anual (dos dois que costuma organizar). Com o tema "Natureza da Psique I", o evento reuniu Psicólogos e Pensadores que vivenciaram, trocaram e compartilharam a prática da Psicologia Analítica de Jung: uma prática HUMANA.

Recebi um convite afetuoso, (como tudo o que recebo dos Junguianos) de dançar "Biurá - contas de Sonhos" e de falar sobre Nijinsky e sua primeira criação: "L'aprés midi d'un faune".
Abaixo algumas fotos de momentos desse encontro (colocarei todas, minhas e do Daniel Manzi, na página Jung)



Capela




Parceiros: Valéria Silva e Wemerson Cipriano

Novas amizades: Valéria Silva e Teresa Rossi

Raul Marques, Liliana Abeid, Fabiana Binda, Andrea Cunha e Davi Diehl




Elisabeth Zimmermann e Andrea Cunha




quarta-feira, 19 de junho de 2013

Nijinsky

Hoje me deparei com essas duas citações sobre Nijinsky e Criação. Sempre fico muito feliz quando isso acontece, pois o material que existe sobre ele é escasso; e sua importância é muito grande na história da Dança. Suas Danças e sua história continuam a ser dançadas e contadas de diversas formas, perpetuando sua obra artística, criativa e sua obra de vida.

 
Nijinsky na cena final de "L'aprés midi d'un faune"

"Quando o tempo mostra a força da Psique.
Onde o despertar do crear, vem.
E o ser se transforma em sua obra.
Eterniza a arte de viver."




"O centro, as quebras das convenções. O crear da alma incomoda.
Onde o grito vem pela diferença.
Assim foi Nijinsky em sua obra.
Na coreografia buscava o mundo do futuro, na dança o equilibrio de seu centro, médio.
Então assim se faz a arte vida.
Kiev -12-03-1890 - Londres 8 - 04- 1950. E o mundo ainda dança, sua dança."

Fonte: https://www.facebook.com/PsiqueEArte
Acesso: 19/06/2013 

domingo, 16 de junho de 2013

Ariano Suassuna - 80 anos






Hoje é comemorado os 80 anos de uma personalidade brasileira, Ariano Suassuna.
"[...] o romancista, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna - está cheio de planos. Em janeiro, ele assumiu a Secretaria da Cultura de Pernambuco - seu terceiro cargo público, prometendo continuar na defesa da cultura popular brasileira, que apóia como poucos.
Dessa vez, Ariano se empenha para colocar em prática o projeto batizado de A Onça Malhada, a Favela e o Arraial. Trata-se de uma iniciativa que vai levar para os quatro cantos do estado (das periferias das cidades aos rincões do sertão) suas célebres aulas-espetáculo, palestras que há anos fascinam os brasileiros. Se o escritor já lota os auditórios por onde passa, agora ele pretende convidar o povo simples, "do Brasil real", para o escutar embaixo de uma lona de circo, acompanhado de bailarinos e músicos. "Sou um pouco ator, como todo professor deve ser", justifica o "pai" de Chicó e João Grilo, personagens de sua mais célebre obra, O Auto da Compadecida
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/entrevista-ariano-suassuna-401751.shtml - (acesso: 16/06/2013)




Ariano foi o criador e idealizador do Movimento Armorial, movimento que pretendia valorizar a cultura do nordeste através da criação de uma arte brasileira erudita , que tivesse as raízes na cultura popular.

 "A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem como traço comum principal a ligação com o espírito mágico dos “folhetos” do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de Cordel), com a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus “cantares”, e com a Xilogravura que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das Artes e espetáculos populares com esse mesmo Romanceiro relacionados". (Ariano Suassuna, Jornal da Semana, Recife, 20 maio 1975).


Violeiros, xilogravura de J. Borges




Fontes:

http://violadebolso.org.br/2009/04/frases-antologicas-de-ariano-suassuna/ - (acesso: 16/06/2013)
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=696&Itemid=192 (acesso: 16/06/2013)
http://artepopularbrasil.blogspot.com.br/2011/01/j-borges.html - (acesso: 16/06/2013)
http://euestudomusica.blogspot.com.br/2008/05/movimento-armorial.html - (acesso: 16/06/2013)

sábado, 15 de junho de 2013

Skizo

Depois do silêncio deixo aqui o Vazio,
Vazio de um inconsciente que se impondo,
em oposição a consciência e a vontade,
provoca, isola, emudece, castra.




Criação coreográfica que se originou na história do processo de cisão vivido por Nijinsky, e se materializou a partir do estudo da Psicologia Analítica de Jung e da compreensão das dimensões inconscientes que se manifestam no indivíduo esquizofrênico.
Neste vídeo editado por Stefan Patay (que também é o autor das fotografias), a loucura adquire uma solidão aterradora completada pela voz de Arnaldo Antunes na música "E só".

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ainda em Silêncio


Marina Abramovic em Performance





"Nos anos 70, Marina Abramovic viveu uma intensa história de amor com Ulay. Durante 5 anos viveram num furgão realizando todo tipo de performances. Quando sentiram que a relação já não valia aos dois, decidiram percorrer a Grande Muralha da China; cada um começou a caminhar de um lado, para se encontrarem no meio, dar um último grande abraço um no outro, e nunca mais se ver.

Vinte e três anos depois, em 2010, quando Marina já era uma artista consagrada, o MoMa de Nova Iorque dedicou uma retrospectiva a sua obra. Nessa retrospectiva, Marina compartilhava um minuto de silêncio com cada estranho que sentasse a sua frente. Ulay chegou sem que ela soubesse. E foi assim que aconteceu..."

Fonte do vídeo e texto:
http://www.youtube.com/watch?v=_CMoHGondU8

domingo, 9 de junho de 2013

Imaginação

Vive em mim, TUDO o que eu puder IMAGINAR!


Fonte da Imagem:
http://instagr.am/ArtPx
Pablo Jeffer da Silva

sábado, 8 de junho de 2013

IV Seminário Fala outra Escola



Em julho acontece na Faculdade de educação da UNICAMP o IV Seminário Fala (outra) Escola organizado pelo GEPEC - Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Continuada. Este grupo de pesquisa propõe o olhar para a formação docente e suas variadas práticas dentro da diversidade escolar, pedagógica e humana distribuída pelas escolas públicas espalhadas pelo nosso território.
Uma das atividades deste grupo é o Seminário "Fala (outra) escola" que acontece a cada dois anos desde o ano 2000.

"O Seminário "Fala (outra) escola", em cinco edições (2000 a 2010 bienal), objetiva criar um espaço de diálogo de experiências e de socialização das produções dos profissionais da educação que vivem a escola como espaço-tempo de humanização das relações, de produção e trocas culturais e de produção de conhecimentos. É voltado para a comunidade escolar – pais, estudantes, professores, diretores, coordenadores e funcionários – que acredita nas possibilidades de construção de uma "escola outra": uma escola mais humana, mais viva, imersa nos conflitos cotidianos decorrentes das políticas impostas à comunidade escolar e a emergência dos fazeres e saberes de todas as pessoas da escola." 
(Fonte: http://www.fe.unicamp.br/gepec/)


Com muitos braços e por que não dizer raízes (por que sinto que pretendem a solidez da sustentação) o Seminário possui um blog com vasto material sobre Paulo Freire (cordéis, vídeos e escritos) contando inclusive com citação à Hailton Mangabeira, cordelista, artista popular e professor com importante atuação na cidade onde vive, Macaíba, e no estado do Rio Grande do Norte.


"Hailton Mangabeira - esteve na UNICAMP recentemente, em setembro de 2012, para o X Seminário Paulo Freire. Seu blog tem tudo de bom do universo dos versos Populares." 
(Fonte: http://vifalahomenageiapaulofreire.blogspot.com.br/p/dialogos-em-cordel.html)
Além do blog, o Seminário tem uma página no Facebook e um grupo aberto ao Diálogo, eis sua proposta:


 
 
"Para que este grupo?
Para você registrar o que tem a dizer sobre o que aprendeu com Paulo Freire.
Por quê? Para prestar uma justa homenagem!
De quem é a iniciativa? do GEPEC - Grupo de Estudos em Educação Continuada da Faculdade de Educação da Unicamp, que promove o VI FALA outra ESCOLA, um seminário que privilegia a participação de professores da escola pública e que em 2013 homenageia Paulo Freire.
O que fará deste um grupo de fato?
Sua contribuição e de todos os demais.
Como?
Com uma única frase, um depoimento, uma foto, um vídeo, uma carta, um cartão, ou até mesmo a indicação de sua tese, se Paulo Freire foi um autor central de referência para produzi-la.
Quem pode participar?
Todo mundo! Você próprio pode adicionar novos membros."

Endereços:
GEPEC: http://www.fe.unicamp.br/gepec/
Blog IV Seminário Fala (outra) escola: http://vifalahomenageiapaulofreire.blogspot.com.br/
Grupo no Facebook:
https://www.facebook.com/groups/FALAoutraESCOLAeFALAMtodoscomPAULOFREIRE/
Blog Hailton Mangabeira: www.hailtonmangabeira.blogspot.com

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Bienal de Veneza

A Bienal de Veneza é um importante acontecimento no universo da Arte Contemporânea. Tendo sua primeira edição em 1895, acompanhou a evolução do pensamento e do fazer artístico e adquiriu uma característica que viria a ser um marco no século XX: as exposições de grandes proporções com pavilhões temáticos.
Em 1950 acontece a primeira representação brasileira no evento, e 1951 marca no Brasil a primeira Bienal de Arte organizada no Museu de Arte de São Paulo. Bienais se sucederam em Veneza e em São Paulo; e a partir de 1995 a Fundação Bienal de São Paulo passa a ser a curadora, organizadora e produtora da edição brasileira.
Nesta edição de 2013 dois  nomes chamam a atenção: Jung com o "Livro Vermelho" e Arthur Bispo do Rosário que foi o artista homenageado na Bienal de Arte de São Paulo no ano passado.
Dois universos inconscientes, dois homens e suas imagens criativas.
Abaixo a matéria escrita pelo jornalista Fabio Cypriano e publicada no Jornal "Folha de São Paulo"




Bienal de Veneza se inspira em projeto que criaria palácio com grandes descobertas 
FABIO CYPRIANO

Até agosto, os índios kaiowá Genito Gomes e Valdomiro Flores, da aldeia Guaiviry, no Mato Grosso do Sul, estarão diariamente falando sobre sua cultura ao lado de um histórico farol na entrada do Arsenale, a antiga fábrica de armas de Veneza.
"Nós estamos aqui para falar de nosso povo, de nosso passado, do presente e do futuro", diz Flores. Essas narrativas, em português ou espanhol, que nem todos vão entender na Itália, fazem parte do novo trabalho do brasileiro Paulo Nazareth, um dos 150 artistas da exposição "O Palácio Enciclopédico".
Com curadoria de Massimiliano Gioni, essa é a principal seção da 55ª Bienal de Arte de Veneza, que será aberta ao público amanhã e vai até 24 de novembro.

Fazem parte ainda da Bienal Pavilhões Nacionais, que nesta edição alcançaram o recorde de 88 países. Entre eles, o do Vaticano, que participa do evento de arte contemporânea pela primeira vez.
Gioni sugeriu o título da mostra a partir de um projeto do artista italiano Marino Auriti (1891-1980), que chegou a viver por pouco tempo no Brasil e radicou-se nos Estados Unidos no final dos anos 1920. Em 1955, Auriti patenteou uma ideia, a criação do Palácio Enciclopédico, um museu imaginário que contivesse as grandes descobertas da humanidade.
Auriti, que era um comerciante e nunca foi artista, chegou a construir uma maquete dessa proposta ambiciosa, cujo custo ele estimou em US$ 2,5 bilhões (R$ 5 bilhões).
A maquete é justamente a primeira peça que se vê no Arsenale, um dos dois espaços da mostra principal, cercada por fotografias de estilosas produções de cabelo, registradas pelo nigeriano J.D.Okhai Ojeikere. 

'OUTSIDERS'
A exposição faz uma leitura antropológica do estudo da imagem, apagando limites entre artistas e amadores, entre quem faz parte do sistema da arte e quem não faz", defendeu Gioni na Itália.
Dessa forma, uma invenção maluca, como o Palácio Enciclopédico, ou as criativas cabeleiras nigerianas passam a ganhar status de arte.
A Venezapedia de Gioni é bastante ampla: ela vai desde as narrativas kaiowá, na obra de Nazareth, a desenhos do fundador da antroposofia Rudolf Steiner (1861-1925), uma coleção de rochas do sociólogo francês Roger Caillois, ou mesmo o "Livro Vermelho", do psicanalista suíço Carl Jung (1875-1961).
O livro em capa de couro vermelho --daí o nome-- reúne desenhos pintados por Jung em formatos de figuras mitológicas e mandalas, ou seja, diagramas simbólicos circulares utilizados pelo hinduísmo e pelo budismo.
"Exibir o 'Livro Vermelho', pela primeira vez em uma exposição de arte contemporânea nos obriga a meditar sobre nossas próprias imagens internas e sonhos que aparecem através da exposição", disse o curador italiano.
Ele apresenta o livro na primeira sala do Pavilhão Central, o outro espaço da mostra principal em uma sala escurecida, e com cópias de algumas páginas expostas ao seu redor, em um conjunto bastante dramático.
Na esteira do conceito de "imagens internas", outra figura chave na exposição é o brasileiro Arthur Bispo do Rosário (1910-1989), que comparece com um grande conjunto de obras, como também ocorreu na Bienal de São Paulo, no ano passado.
Mas não é apenas de "outsiders", como são chamados os não-artistas, que o "Palácio Enciclopédico" é constituído. A exposição apresenta nomes de peso, como os norte-americanos Walter de Maria e Bruce Naumam, ou a dupla suíça Peter Fischli e David Weiss, em uma série de pequenas esculturas em cerâmica com títulos hilários.
Nesse grupo, intitulado "Suddenly This Overview" ("de repente essa visão"), há de réplicas de fatias de pão a uma cena com dois bonecos que representam como os pais de Albert Einstein descansam depois de fazer sexo. A enciclopédia dos suíços, assim como a de Gioni, é realmente original. 

Obra do Polonês Pawel Althamer
Fontes:
http://www.bienal.org.br/fbsp/pt/projetosespeciais/projetos/Paginas/Bienal-de-Veneza.aspx
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/05/1287497-bienal-de-veneza-se-inspira-em-projeto-que-criaria-palacio-com-grandes-descobertas.shtml
Fontes das Imagens:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/06/130531_bienal_veneza_ga.shtml

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Dança - Educação Cardoso Fontes

Um novo processo esteve em preparação e teve seu reinício no dia 20 de Maio no Colégio estadual Cardoso Fontes. O projeto de Dança - Educação é o mesmo de anos atrás, seguindo o trabalho corporal que dá base ao Sistema Fundamentos da Dança, e o Método de alfabetização para adultos proposto por Paulo Freire e adaptado por mim ao corpo.
Um novo processo, novos corpos, olhares e emoções.



Oficina de um corpo que, em movendo, dança
Projeto de Dança – Educação
Horários:
2as de 12:45às 14:00
3as de 17:00 às 18:15
Informações e Inscrições
Profa.: Adriana Barcellos


domingo, 2 de junho de 2013

Intensidades


Me deparei com parte deste texto atribuído a Clarice Lispector, num dia lindo com muito sol.

Adorei ...
Me apaixonei ....
e com profunda identificação, fui buscá-lo na íntegra numa pesquisa pela internet. Nesta rede que tem tudo e nada ao mesmo tempo, deparei-me com a informação de que este texto é erroneamente atribuído a esta autora. Procurei mais e existem duas informações de duas autoras: Maria de Queiroz e Clarice Lispector, e agora?
O que pode determinar a veracidade de uma informação?
Não sei!
Coloquei o texto com a referência e a reverência as duas autoras.


"Eu nunca fui uma moça bem-comportada.
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, p'ra paixão sem orgasmos múltiplos ou p'ro amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E pra seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa.Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar…
Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes,em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades.
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou." 


Maria de Queiroz e/ou Clarice Lispector

Fonte:
http://pensamentosincompletos.blog.terra.com.br/
Fonte da imagem:
http://www.flickriver.com/groups/cutsoulpastesoul/pool/interesting/