domingo, 25 de agosto de 2013

O Mar do Inconsciente

O inconsciente me deixa só.
Fico assim, sem chão, sem referência,
sem voz,
percebendo seus caminhos, imposições,
intuições e desejos.


Tommy Ingberg


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

"40 Horas na Memória" nas palavras vivas dos alunos de Paulo Freire




Há exatamente 50 anos, o Sertão Central do Rio Grande do Norte vivenciava experiência pioneira na alfabetização de jovens e adultos, com o Projeto 40 Horas de Angicos, idealizado pelo educador Paulo Freire, em 1963. Para resgatar essa experiência, a Assessoria de Comunicação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Assecom/Ufersa) produziu o documentário “40 Horas na Memória: Resgate da Experiência dos Alunos de Paulo Freire em Angico/RN”, que estreia nesta quinta-feira, 01, no auditório do Centro de Convivência da Ufersa Angicos.


O vídeo tem como protagonistas 19 ex-alunos que vivenciaram aquela experiência. Hoje, eles já são idosos com idade acima de 70 anos, mas com uma memória recheada de ensinamento e muita gratidão. O documentário com o relato desses ex-alunos será lançado na quinta-feira, dia primeiro de agosto, no campus da Ufersa de Angicos, cidade onde Paulo Freire plantou sementes de conhecimento.


Os relatos foram filmados durante os meses de fevereiro e março e o documentário é ambientado nas residências de cada um dos participantes. “É uma forma de mostrar a realidade atual dessas pessoas, bem como resgatar a memória desses idosos, por meio da oralidade, após 50 anos dessa experiência pioneira na área da educação”, ressalta o diretor do documentário, jornalista Passos Júnior.
Como parte da programação comemorativa em alusão aos 50 anos do projeto 40 Horas, a Ufersa iniciou neste ano a construção do Memorial Paulo Freire, erguido dentro da sede da Universidade em Angicos e com previsão de ser entregue em 2014. O documentário será a primeira peça audiovisual produzida pela Instituição para o acervo do Memorial.



Além dos dezenove ex-alunos freireanos, o filme conta ainda com participação especial do poeta cordelista Hailton Mangabeira, na apresentação, e do músico Carlos Zens, assinando a trilha sonora do documentário.


"Eu agora não sou MASSA, eu sou POVO"
Dona Eneide acompanhava os pais durante as aulas do educador Paulo Freire, em Angicos. Leu essa frase em uma carta que sua mãe escreveu. Todos foram alfabetizados e aquela experiência transformou Dona Eneide em professora. No documentário "40 Horas na Memória", ela relembra a experiência que transformou a vida de sua família.


 "A pessoa que não sabe ler e não sabe escrever é cega. Saber é bom! (...) Quanto mais a gente estuda, mais aprende" - Paulo Sousa.
Seu Paulo Sousa foi aluno de Paulo Freire em 1963. Passados 50 anos, ele relembra no documentário "40 Horas na Memória", produzido pela Assecom/Ufersa, sua passagem por aquela experiência pioneira.


"Queria dizer a Paulo Freire 'muito obrigada' porque ele me tirou do medo, me tirou da desconfiança" - Maria Pequena.
Ela aprendeu a ler e a escrever no projeto "40 Horas de Angicos", idealizado pelo educador Paulo Freire, em 1963, e está no documentário produzido pela Ufersa.


"Não tenho medo de entrar em nenhuma rua errada porque eu aprendi a ler" - Dona Maria do Ferreiro
Ela foi aluna do projeto "40 Horas de Angicos", idealizado pelo educador Paulo Freire, em 1963, e está no documentário produzido pela Ufersa.

Fontes:
https://www.facebook.com/ufersa.assecom?ref=ts&fref=ts
http://www2.ufersa.edu.br/portal/noticias/8302/40%20Horas%20na%20Mem%C3%B3ria%20estreia%20nesta%20quinta-feira

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Sagração da primavera - Para além dos cem anos

Lia Rodrigues e Silvia Sotter estão no comando de um Projeto elaborado com muito cuidado em comemoração aos cem anos da "Sagração da Primavera". O projeto teve inicio em maio e termina agora em agosto com atividades variadas e personalidades diversas.

 
"O centenário de “A Sagração da Primavera”, espetáculo emblemático de dança do século XX, identificado como fundador da modernidade do gênero pela coreografia inovadora de Vaslav Nijinski e a música do compositor russo Igor Stravinsky, terá uma série de comemorações ao redor do mundo. Antenado com a importância da obra que subverteu também a estética musical do século XX, revolucionando o formato com o uso da dissonância, complexas estruturas rítmicas e timbres, o Espaço Sesc preparou uma programação especial, a “Sagração da Primavera, para além dos cem anos”, evento que reúne oficinas, palestras e debates. O projeto também apresentará três obras coreográficas inéditas – pequenas homenagens a partir de “A Sagração da Primavera”, criadas pelos coreógrafos Luis Arrieta, Marcelo Braga e Marcia Milhazes. As atividades de “Sagração da Primavera, para além dos cem anos” começam no dia 7 de maio (terça-feira) e seguem até 26 de agosto."

Milicent Hodson preparando as bailarinas.

Cena da Reconstrução de Milicent Hodson.
 
"Da peça original restaram apenas rastros a partir de desenhos, partituras e textos. Até hoje, mais de 200 versões foram feitas, e entre as mais célebres estão as de Maurice Béjart (1959), Martha Graham (1984) e Pina Bausch (1975). Com cenário arquitetado pelo artista plástico e arqueólogo Nicholas Roerich, a estreia se deu em pleno Théâtre des Champs-Élysées, na capital francesa, dia 29 de maio de 1913. Para além da concepção, o interessante de trazer a Sagração à cena é recuperar o contexto histórico e os traços culturais do momento de sua criação. As ideias culturais são comunicadas por meio de um sistema de códigos. E reavivar as forças que transbordavam naquele momento para gerar uma obra tão original e que suscitou tantos protestos em cena aberta é uma das propostas do Sesc Rio com esta programação."

Na segunda etapa do Projeto, Isabelle Launay importante pesquisadora francesa ministra uma oficina de uma semana, com muitas Sagrações e Consagrações.

Isabelle Launay
"Esta oficina propõe um trabalho de análise sobre o desdobramento da criação de Nijinski (que desde 1913 ganhou 200 recriações) e sobre a qual se tem tão poucas informações. A coreografia mostra formas específicas de dançar a partir da modernidade, e temas tão essenciais como as ligações entre natureza e cultura, entre a comunidade e o indivíduo, entre os grupos sociais, entre o visível e o invisível. A Sagração, aqui, será considerada como uma matriz de trabalho para múltiplas recriações. Serão também analisadas diversas recriações, que levam a diferentes leituras e valores estéticos e políticos: aquele de Millicent Hodson, a partir dos arquivos de Nijinski em 1987; o de Pina Bausch, de 1975, o de Maurice Bejart, Xavier Leroy, de 2007, therry Niang (com dançarinos amadores e idosos) de 2012, entre outros. A partir do conjunto destas análises esta oficina irá propor que cada participante imagine sua própria sagração para os dias de hoje."

Sagração da Primavera de Pina Bausch.

Isabelle Launay é professora do departamento de Dança da Universidade Paris 8, em Sant-Denis, onde ensina a História e a Estética da Dança Contemporânea e pesquisadora sobre a história da dança contemporânea do século XX, especialmente da França e da Alemanha. É membro da Association des Chercheurs en Danse, bem como integrou o colégio pedagógico fundador do Centre National de Danse Contemporaine de Angers, onde ensina regularmente. É autora de A la recherche d’une danse moderne, Rudolf Laban et Mary Wigman(Chiron, 1996) ; escreveu com Boris Charmatz, Entretenir, à propos d’une danse contemporaine (Presses du Réel/CND, 200), escreveu ensaios para três obras coletivas, Les Carnets Bagouet (Solitaires Intempestifs, 2008, Prix du Syndicat de la critique); com Sylviane Pagès,Mémoires et histoire en danse (L’Harmattan, 2011) e com Marie Glon Histoires de gestes (Actes Sud, 2012). Este ano está envolvida com um livro sobre a poética da memória da dança."

Fonte dos textos de divulgação:
http://www.sescrio.org.br/programacao/29/07/13/a-partir-da-sagracao-da-primavera
http://idanca.net/comemoracao-do-centenario-de-a-sagracao-da-primavera/