Jung


 Imagens do Inconsciente
Desenho de Jung para o Livro Vermelho.

"Era naturalmente uma ironia que eu, um psiquiatra, devesse a cada passo de meu experimento, me deparar com o mesmo material psíquico que é a substância da psicose e é encontrado nos insanos. É o conjunto de imagens inconscientes que fatalmente confundem o paciente mental. Mas ele também é a matriz de uma imaginação mitopoética que desapareceu em nossa época racionalista. Embora essa imaginação esteja presente em toda parte, ela é repudiada e temida."
Jung  
 
Mitos egípcios: Lápis de cera sobre papel de Carlos Pertuis.
"Cada um desses indivíduos - esquizofrênicos ou marginais de vários gêneros - possui suas peculiaridades, mas todos tem contato íntimo com as forças naturais, brutas, virgens do inconsciente. Que hajam configurado visões, sonhos, vivências nascidas dessas forças primígenas, eis um dos mistérios maiores da psique humana." 
Nise da Silveira

Fontes:
JUNG, C.G. Memórias, Sonhos e Reflexões, 2006, p.188
MELLO, L. C. (org), sem data, Arqueologia da Psique. Catálogo da exposição: Museu de Imagens do Inconsciente. Rio de Janeiro:Optagraf
http://www.ccs.saude.gov.br/o_museu_vivo/index.htm
  __________________________________________________________________


Simpósio Regional Natureza da Psique I
 
Oficina: Expressão Corporal com Elisabeth Zimmermann e Andrea Cunha da Silva







__________________________________________________________________

Simpósio Regional Natureza da Psique I



Em Abril o Instituto de Psicologia Analítica de Campinas - IPACAMP, realizou o primeiro Seminário anual (dos dois que costuma organizar). Com o tema "Natureza da Psique I", o evento reuniu Psicólogos e Pensadores que vivenciaram, trocaram e compartilharam a prática da Psicologia Analítica de Jung: uma prática HUMANA.
Recebi um convite afetuoso, (como tudo o que recebo dos Junguianos) de dançar "Biurá - contas de Sonhos" e de falar sobre Nijinsky e sua primeira criação: "L'aprés midi d'un faune".
 
Abaixo fotos de alguns momentos desse encontro.


Com Elisabeth Zimmermann e Liliana Abeid

Elisabeth Zimmermann, Daniel Manzi, Liliana Abeid e Michele Bittencourt


Capela

Parceiros: Valéria Silva e Wemerson Cipriano

Novas Amizades: Valéria Silva e Teresa Rossi

Raul Marques, Liliana Abeid, Fabiana Binda, Andrea Cunha e Davi Diehl




Daniel Manzi, Liliana Abeid e Elisabeth Zimmermann

Com Liliana Abeid e Elisabeth Zimmermann

Fotos de Daniel Manzi




Sônia Maria Marchi de Carvalho - "Deo Concendente, Meditação e Consciência"



Joel Sales Giglio - "Sonhos, o mensageiro do Self?"

Elisabeth Zimmermann - "Modelos de Relacionamento Humano nos Contos de Fada"

__________________________________________________________________
 
 Ainda os Arquétipos - Dia 24 de Março de 2013

"Arquétipos são muitas coisas - formas primais, códigos do inconsciente profundo, constelações de energia psíquica, padrões de relação. Nossos ancestrais os viam no céu, oravam a eles na forma da Mãe Terra, Pai Oceano ou Irmã Vento. Eles são os grandes parentes dos quais nos originamos, e não apenas nos deram a existência, mas também inspiraram nossas histórias, trouxeram à tona nossa ordem moral. Mais tarde foram foram personificados como figuras míticas com suas histórias - os irmãos adversários, a criança sagrada, a busca do ser amado, a jornada heróica. Como orgãos importantes da psique, os arquétipos nos dão nossas conexões essenciais; sem eles perderíamos a ponte diáfana que une espírito e natureza, mente e corpo, o self e o metacorpo do universo."

Fonte: DUNNE, C. Carl Jung: curador ferido de almas. São Paulo: Alaúde, 2012.
__________________________________________________________________
 
Arquétipos - Dia 20 de Março de 2013

"Os arquétipos são, do nosso ponto de vista, reservas de entusiasmo que nos ajudam a acreditar no mundo, a amar o mundo, a criar o nosso mundo. Quanta vida concreta não seria dada ao filosofema da abertura para o mundo, se os filósofos lessem os poetas! Cada arquétipo é uma abertura para o mundo, um convite ao mundo. De cada abertura eleva-se um devaneio de alto vôo" 
Gaston Bachelard

__________________________________________________________________
O Inconsciente se manifestando.

É muito curioso como as vezes, o Inconsciente pareçe bater na porta. Quando não vem pessoalmente, em formas de sonhos e intuições, se materializa pela voz de outra pessoa. Me deparei com uma frase de uma Arteterapeuta, que trouxe a existência e a vitalidade dessa instância.

"Dei pra discordar de mim. No começo fiquei assustada, mas depois aprendi a ouvir o que tenho a me dizer que ainda não sei." (Tânia Contreiras - Arteterapeuta)
Compartilho com a artista essa forma de escuta que se coloca e, as vezes, se impõe sem muita coerência, aviso e pertinência. Sinto o Inconsciente como autor de todas as minhas obras, incluindo minha vivência e processo de individuação.
__________________________________________________________________
 O inconsciente


Masque, sem data.

O inconsciente é o caminho que "escolhi" (?) para traçar o meu movimento dançado, o meu deslocamento pelo espaço-tempo desse meu breve caminho. No entanto ainda não tinha feito nenhuma postagem para ele que se personifica nos meus dias. Ontem começei a escrever esta postagem e logo ele se manifestou durante toda minha noite de sono. Tive um sonho simbólico, desses que deixam rastros, inquietações e um sentimento pleno de vida. Foi a prova maior de que ele está comigo, ou, eu estou com ele.
 O inconsciente é fonte de sentimentos, imagens, criações e carrega  um universo de mistério e invisibilidade. No entanto seu alcançe e seu poder envolve toda possibilidade de desenvolvimento e existência inclusive as mais doídas, solitárias e mortíferas. Ele possui em sua essência essa dualidade de vida e morte: pode ser delicadamente criador e poderosamente destruidor.
Sinto uma ligação muito forte com essa instância e coloquei minha criação a cargo dessa imprevisibilidade que não sei se posso controlar, mas sinto uma necessidade de me arriscar nessa jornada.
Sempre que retorno a esquizofrenia e os estudos sobre doenças mentais, é como se me aproximasse de uma areia movediça que parece me tragar para o seu interior, com o peso de uma morte.
Pensando sobre o processo de esquizofrenia de Nijinsky, lembrei de seus desenhos que compartilho aqui. Esses desenhos foram feitos em um momento desesperador, de tentativa de dizer algo que ele mesmo não compreendia. Redigia seu diário e traçava formas, talvez precisando dar voz ao turbilhão que o atormentava e o dominava.

Figures géométriques, sem data.


Portrait de femme, en buste, avec une coiffure en pain de sucre, sem data.





Danseuse, ou Le Die de la danse, sem data.

Fonte dos desenhos:
Nijinsky, catálogo da exposição, "Éditions de la Réunion des musées nationaux", 2000, Paris.


“Cada um desses indivíduos – esquizofrênicos ou marginais de vários gêneros – possui suas peculiaridades, mas todos têm contato íntimo com as forças naturais, brutas, virgens do inconsciente. Que hajam configurado visões, sonhos, vivências nascidas dessas forças primígenas, eis um dos mistérios maiores da psique humana.”
 Nise da Silveira

Um comentário: