terça-feira, 22 de abril de 2014

O que me move ....



Quando me movo, um universo inteiro se move comigo.
Surgem sensações, imagens, emoções ....
Entrego-me atenta as sugestões de um invisível,
que não é desconhecido.
É parte de mim, da minha ancestralidade,
do que fui e do que serei.
Esse estado me preenche e me coloca humildemente,
diante de algo
que supera minha compreensão e minha individualidade.
Me coloca diante de um infinito movente.


domingo, 20 de abril de 2014

Presente de ctrl+alt+dança

O ctrl+alt+dança é um site de divulgação das artes do corpo e da dança no Brasil, já noticiado por aqui anteriormente.


Com uma equipe de artistas pesquisadores, o site propõe-se a publicar não só as estreias e acontecimentos, mas também a cobertura da produção nas artes da cena que se faz em outras linguagens.
Sempre buscando novos lugares o ctrl inova ao fazer exposições virtuais de fotografias e vídeos, assim como criar uma plataforma com a produção de pesquisa acadêmica por artistas cariocas ou outras de inspiração pelas passagens pela cidade do Rio de Janeiro.

Neste domingo de Páscoa o ctrl, na figura do meu queridíssimo amigo André Bern, presenteou-me com a divulgação de um texto em sua página. Com o título "RE .....", o texto é uma reflexão sobre a vida e o significado da Páscoa.

RE, por Adriana Barcellos

“Os corpos ressuscitados são guerreiros mais belos porque trazem nas suas mãos as cores do arco-íris. E os corpos se transformam então em semente que engravida a terra para que nasça o futuro…” Rubem Alves [1]


Para acessar o ctrl+alt+dança e continuar a ler o texto, Clique aqui

sexta-feira, 18 de abril de 2014

64 Anos da Partida de Nijinsky

Foi numa Sexta - Feira Santa como hoje ......
No dia 08 de abril de 1950, Nijinsky fazia seus últimos movimentos antes de transpor nosso universo material. Segundo escritos na biografia de Françoise Reiss, ele fazia os movimentos de braços que por tantas vezes repetiu no Balé "Le Spectre de La Rose".

  
"[...]Atingido por uma afecção renal, o seu estado piora bruscamente no Hotel de Londres onde o casal se instalou. Transportado para uma clinica, repete, no seu delírio, os gestos do Espectro da Rosa, os famosos movimentos de pulso por sobre a cabeça [...].
Alguém chama um padre para os últimos sacramentos. Romola Nijinsky não deixa a cabeceira do marido. Ele dirige-lhe um último olhar de ternura. É manhã de Sexta - Feira Santa, 8 de Abril de 1950. Na morte o rosto de Nijinsky ganhou uma beleza maravilhosa, em que a graça parece como marcada para a eternidade."
(Reiss, 1958, p. 259)
Nijinsky já sofria a sensação de morte, de si mesmo e de sua Dança. Ao longo da leitura dos seus Cadernos, é possível vivenciar com ele a amargura da sua imobilidade e a ansiedade por deixar seus escritos para o mundo, como se o tênue fio de sua existência estivesse se rompendo. 
“Resta-me pouco tempo de vida, por isso quero atingir meus objetivos o mais depressa possível.”
(Nijinsky, 1998, p. 126)


 “O seu olhar não era nem embaciado, nem privado de sentimento, era antes o olhar de um ser que é forçado a viver na terra, mas cuja alma voou para regiões de tal maneira longínquas que ele é talvez incapaz de a encontrar, a essa alma errante mas existente, essa alma que mantinha nos seus olhos um olhar calmo e triste.”
(Chapowalenco apud Reiss, 1958, p. 251)
 
Referências:
Nijinsky, V. Cadernos de Nijinsky: o Sentimento. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1998.
REISS, F. A Vida de Nijinsky. Lisboa: Estudos Cor, 1958.