Criação coreográfica que se originou
na história do processo de cisão vivido por Nijinsky, e se
materializou a partir do estudo da Psicologia Analítica de Jung e da
compreensão das dimensões inconscientes que se manifestam no
indivíduo esquizofrênico.
Um novo universo de criação surgiu a partir do encontro com Jung, um caminho sem volta que me leva a paisagens nem sempre confortáveis e cômodas. Desse encontro, surgiram necessidades e riscos, que foram se impondo.
No processo de criação de Skizo, experimentei sonhos, pesadelos que beiravam a materialização, a imobilidade angustiante da catatonia, os movimentos que foram surgindo e guiando meu corpo no espaço; uma construção cênica que insinuou-se em fios, muitos fios......
Só na finalização do trabalho pude compreender o significado da cortina de fios e como me alterava passar de um lado para o outro. A fronteira que separa a sanidade da loucura; o consciente do inconsciente é um tênue fio, como os fios da cortina, e essa transposição é mais comum do que imaginada.
Experimentar a força do inconsciente é ao mesmo tempo sedutora e desoladora. Quando a coreografia chega a seu fim, sinto como se tivesse passado por uma batalha, sem a sensação de vitória ou derrota, apenas com uma calmaria, um vazio profundamente triste.
Apresentação realizada na UNICAMP em 2005 e fotografada por Stefan Patay.
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