sexta-feira, 31 de maio de 2013

Biurá - contas de sonhos - A cova

“Parei e senti frio, senti que a morte havia chegado. Não tinha medo e pensei que me deitaria; mais tarde, seria apanhado e levado até minha mulher. Chorei em minha alma e me senti profundamente triste. Não sabia o que fazer e nem para onde ir [...]” (Nijinsky, 1985)






Quando a morte surge em sonhos a noite ou imagem durante o dia, fico com uma sensação de tristeza me acompanhando. Sempre penso no desmanchar, no decompor, no enfrentamento de algo inevitável de que tenho uma sensação, e conheço sua ação no corpo físico, que perde sua energia vital.
Quando vivo minha morte em sonhos, ela vem sempre acompanhada do mar e de suas águas que me inundam. As ondas, enormes vagas como um tsunami, me encontram e me invadem independente do lugar onde eu esteja. No sonho, não existe segurança em lugar algum, estou completamente indefesa e "sem alternativa" como a mulher do meu último sonho.
Nijinsky também viveu a sensação desta morte, pesarosa, triste e inevitável; mas sua morte aconteceu paralela a sua vida biológica, com a extinção de sua vida consciente e artística.

 “Tudo está vazio ao meu redor. Eu me esvaziei.” (Nijinsky, 1998)














Fonte:
NIJINSKY, V. O Diário de Nijinsky. Rio de Janeiro: Rocco, 1985.
NIJINSKY, V. Cadernos: o Sentimento. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1998.


Fonte das Imagens:
http://www.ibahia.com/a/blogs/memoriasdabahia/2013/02/14/o-tsunami-de-itaparica-nas-proximidades-de-aratuba/
http://www.desktopwallpaper2.com/geneva-tsunami-cloud-picture-wallppaer-1440x900.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário