quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Biurá em Cena

O FEIA, Festival do Instituto de Artes da UNICAMP, foi o lugar onde parte do espetáculo Biurá - contas de sonhos, pode ser apresentado como espetáculo da Dança pela primeira vez, para um público de Dança - Teatro - Artes.



Desde sua criação, em 2009, este espetáculo havia sido apresentado poucas vezes, e em sua maioria para um público iniciado na Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung.
Biurá é uma inovação em meu caminho coreográfico, e uma transformação da utilização do sistema Fundamentos da Dança desenvolvido pela Professora Helenita de Sá Earp na UFRJ há aproximadamente 70 anos.
Resumidamente posso dizer que a criação pretendeu ir além do corpo, em uma metodologia desenvolvida que utilizou imagens simbólicas surgidas em sonhos, os parâmetros da Dança definidos por Helenita e a Imaginação Ativa desenvolvida por Jung e adaptada aos laboratórios de improvisação e criação de movimentos.
Depois do espetáculo um bate papo esclareceu para o público interessado o processo de criação do trabalho.













quinta-feira, 25 de setembro de 2014

FEIA XV e Biurá

"O FEIA é um evento de difusão cultural que acontece na cidade de campinas. A iniciativa surgiu em 2000, organizada por estudantes dos institutos de artes e arquitetura da UNICAMP, com o apoio dessa universidade. Celebrando em 2014 sua décima quinta edição, é composto pelas áreas de artes visuais, midialogia, música, artes cênicas e dança (podendo receber, eventualmente, uma ajudinha de outros institutos), as quais busca contemplar, com suas atividades, integralmente."


"A programação (gratuita a toda a comunidade, diga-se!) ocupa uma semana inteira – 21 a 28 de setembro neste ano – e todos os períodos de seus dias: oficinas, palestras, apresentações de música, dança, teatro, exibições de filmes e vídeos. Além disso, há também performances, intervenções, exposições artísticas e festas (o único item de nossa programação que não é gratuito), afinal, há muito que se comemorar!"

No dia 23 de setembro "Biurá - contas de sonhos" integrou a programação do festival com a apresentação de parte da coreografia seguida de bate papo com o público presente.



“…meus pés parecem fugir de mim, e me levam para o desconforto. Sinto profundamente o afundar, luto para não me afogar...... minha mão ainda tem o cordão, e numa reza frenética tenta em vão a conexão que se interrompe......
meu corpo se desfaz no inconsciente...... minha alma evapora neste terreno....”

Fonte:
http://feia.art.br/

sábado, 20 de setembro de 2014

Paulo Freire em Comemoração

Muitas coisas me movem, me mobilizam e me levam a ação, entre elas momentos de vida, palavras, gestos sinceros, olhares profundos e pessoas apaixonadas pelo outro, pela própria vida e pelo seu fazer. Essa crendice pessoal de que os planos são possíveis (por mais absurdos que sejam), que o tempo vai dar (mesmo quando ele definitivamente não dá), e que vai dar certo (expressão dos otimistas de plantão e por essência), dá um tom, um colorido a vida, e a esses planos, mesmo quando eles não se concretizam.
Pensar Paulo Freire, sua vida, ação e paixão pela educação; me enche de esperanças e confiança para a continuidade de um trabalho inacabado, com pessoas inacabadas em um mundo inacabado. Trabalho que quase nunca é cômodo, pois é vivo, autônomo, indisciplinado e transformador. Suas ideias e ideais são minha inspiração na eterna busca de uma "boniteza" da prática de sala de aula.



Nascido no dia 19 de setembro de 1921, Paulo Freire completaria hoje 93 anos, se fosse vivo.
Nesta data revivo a lembrança do I Seminário Internacional Paulo Freire, que envolveu os palestrantes e participantes em uma visita a Angicos, cidade do interior do Rio Grande do Norte onde aconteceu em 1963 a ação intitulada "As 40 horas de Angicos".




A Escola Estadual José Rufino, local da ação histórica, onde o "Método Paulo Freire" foi aplicado, alfabetizando 300 adultos em 40 horas, fato que recebe o nome de "As 40 horas de Angicos", foi incluida no roteiro do evento.



O evento aconteceu na UFERSA - Universidade Federal do Semi - Árido e contou ainda com a participação de muitos ex-alunos das 40 horas.


Pensar e viver uma educação que está em permanente construção, reflexão e mudança, é uma ação desafiadora e infinita para quem vive o comprometimento com a escola, os alunos e a vida.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Biurá - contas de sonhos

Biurá - contas de sonhos será apresentado na UNICAMP no dia 23 de setembro as 20:00 na sala AC 04 dentro do 15º FEIA.


Biurá – contas de sonhos é o resultado artístico da pesquisa de Mestrado em Artes na UNICAMP, onde buscou-se o desenvolvimento de um processo de criação coreográfica que aliasse elementos da Psicologia Analítica de Jung ao trabalho criativo em dança. Nessa pesquisa, o movimento começa no universo imaterial dos sonhos e alcança o espaço cênico de forma simbólica.

Ficha Técnica:
Concepção e Interpretação:
Adriana Barcellos
Figurino: André Masseno e Denise Simão
Fotografias e filmagens: Cláudio Barcellos e Natália Alleoni
Luz: Diego Carvalho

domingo, 7 de setembro de 2014

O Encanto da Dança



Quem dança ou já dançou, sabe o quanto movemos em cada braço, perna ou quadril; em cada ida para o chão, ou para o alto, em cada suor ou respiração ....
O corpo no espaço, cresce, pulsa e reverbera um universo simbólico que não pode ser descrito em palavras.
A dança é capaz de nos preencher de imagens, sentimentos, despertar os sentidos, provocar a fantasia, distorcer a lógica da vida e impulsionar a existência em novas criações. Com tudo isso a dança ainda faz mais.....
Ela é curativa, tem o poder de diminuir as dores, as inflamações, e as torções, mostrando novos caminhos e novas possibilidades ao corpo que dança.


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Homenagem a Jung




No dia do Psicólogo, só posso agradecer a Jung pelo desvelamento de um universo simbólico, mítico e inconsciente, que presente de forma imaterial, tem guiado meus movimentos, no meu caminho de construção coreográfica, assim nasceram Skizo e Biurá - Aquilo que me move!

Skizo - Fotografia de Stefan Patay

"Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que eu escolhi me tornar."(C. G. Jung)

Biurá: contas de sonhos - Fotografia de Natália Alleoni

domingo, 3 de agosto de 2014

Paulo Marques - Vídeo Comentado

Aconteceu no "Gisele Alvim Espaço de Dança", no Rio de Janeiro, um encontro entre profissionais/pensadores da Dança, que juntos realizaram o primeiro "Vídeo - Comentado", título dado a esse encontro, onde a proposta é assistir e comentar as ideias, percepções e criações na área da Dança.
O evento foi conduzido por Paulo Marques, que possui uma história na Dança carioca passando por várias Companhias como bailarino, professor, mestre de balé, coreógrafo, pesquisador em dança e diretor de movimento. Com sua sabedoria e humildade, Paulo levantou questões do fazer artístico com o olhar generoso de quem se encontra imerso na contemporaneidade do fazer; e atento as possibilidades e escolhas que os artistas fazem na construção de sua poética.

Paulo Marques
O Vídeo escolhido, foi a coreografia Tríade de  Benjamin Millepied composta para o Ópera Nacional de Paris em um evento chamado "Homage to Jerome Robbins".

Iniciando e recheando as discussões Paulo trouxe autores como Susanne Langer e Fernando Pessoa, para inspirar a discussão.
Abaixo trechos dos textos citados.

"Se entretanto, fizermos quanto à poesia as mesmas perguntas que levantei sobre as outras artes, as respostas demonstram ser exatamente paralelas àquelas referentes à pintura ou à música ou a dança. O poeta usa o discurso para criar uma ilusão, uma pura aparência, que é uma forma simbólica não-discursiva. O sentimento expresso por essa forma não é nem dele, nem de seu herói, nem nosso. É o significado do símbolo. Pode ser que levemos algum tempo para percebê-lo, mas o símbolo expressa-o a todo momento e, nesse sentido, o poema "existe" objetivamente sempre que nos é apresentado, em vez de passar a existir apenas quando alguém efetua "certas repostas integradas" ao que o poeta está dizendo. As perguntas inicias, então, não são: "O que o poeta está tentando dizer, e o que pretende que nós sintamos a respeito?" Mas: "O que fez o poeta e como ele o fez?" Ele produziu uma ilusão, tão completa e imediata quanto a ilusão de espaço criada por alguns traços no papel, a dimensão de tempo em uma melodia, o jogo de poderes erigido pelo primeiro gesto de um bailarino. Mas o que ele cria não é um arranjo de palavras, pois as palavras são apenas seus materiais, dos quais produz seus elementos poéticos. Os elementos são o que ele desloca e equilibra, espalha ou intensifica ou aumenta, a fim de compor um poema."
 Sentimento e forma / Susanne Langer

"Os campos são mais verdes no dizer-se do que na sua descrição" 
 Fernando Pessoa.

O texto proposto por Paulo, reavivou outro na lembrança na voz de Rilke, e de um texto sobre criação que escrevi há um tempo atrás.

“Volte-se para si mesmo. Investigue o motivo que o impele a escrever; comprove se ele estende as raízes até o ponto mais profundo do seu coração, confesse a si mesmo se o senhor morreria caso fosse proibido de escrever. Sobretudo isto: pergunte a si mesmo na hora mais silenciosa de sua madrugada: preciso escrever? Desenterre de si mesmo uma resposta profunda. E, se ela for afirmativa, se o senhor for capaz de enfrentar essa pergunta grave com um forte e simples 'Preciso', então construa sua vida de acordo com tal necessidade; sua vida tem de se tornar, até na hora mais indiferente e irrelevante, um sinal e um testemunho desse impulso.” (Rilke, 2011, p. 25)

Fonte: 
Rilke, R.M. Cartas a um Jovem Poeta. Porto Alegre:RS, 2011.
http://www.nytimes.com/2008/09/24/arts/dance/24prem.html?_r=0

domingo, 22 de junho de 2014

Sobre a estréia de Nijinsky em 1912

Artigo sobre a estréia do fauno em 1912 e algumas de suas  subsequentes apresentações em países diversos.

L'aprés Midi d'un Faune May 29, 1912.


L'Apres-midi d'un faune was choreographed by Vaslav Nijinsky for the Diaghilev Ballets Russes and was first performed in Paris on May 29, 1912, with Nijinsky dancing the role of the Faun. Both the ballet and score to which it was set, Claude Debussy's 'Prelude a l'apres-midi d'un faune', were inspired by the poem of the same title by Stephane Malarme. Design was by Leon Bakst. Choreographic features of the work include a frieze-like archaic design, profiled stance, and alternation of movement and pose. The spare libretto centres on the faun's meeting and flirtation with nymphs, and the piece concludes with a scene of simulated masturbation that scandalized early audiences.



The de Basil Ballets Russes revival of L'Apres-midi d'un faune premiered in London on October 2, 1933, and Australian audiences first saw the work during the 1936-1937 tour by the Monte Carlo Russian Ballet. Its first performance was in Adelaide on October 20,1936. The review in The Advertiser the following day noted that the work 'struck a new note in ballet', and hailed Leon Woizikowsy as 'magnetis[ing] the audience with his amazing delineation of the part of The Faun'. The ballet was subsequently seen in Sydney and Melbourne. During the second Ballets Russes tour by the Covent Garden Russian Ballet a truncated solo version was performed by David Lichine in a 'principles only' farewell gala in Sydney on 27 April 1939.

Fonte:
 http://www.russianballethistory.com/maymonthlyfeatures.htm

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Nijinsky

As produções artísticas sobre a coreografia "L'aprés midi d'un Faune" ilustram ou reforçam a importância e a potência desta obra que já completou um século de existência. É a força imagética, criadora e simbólica atravessando a linha do tempo.
Nas ilustrações abaixo, Joy Kirton-Smith, artista inglesa traduz o Fauno para desenho em papel.


Fonte das imagens:
http://www.libertygalleries.com/contents/en-uk/p3341_Joy_Kirton_Smith_L%27apres_Midi_D%27un_Faune_I.html

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Lendo imagens com Fernando Pessoa

No curso "Prática Junguiana - Aprofundamento", o texto de Fernando Pessoa foi lido pela professora e psicóloga Elizabeth Melo, como inspiração para o debate e produção de imagens. A imagem abaixo também foi fornecida por ela.


Para ler imagens

O entendimento dos símbolos e dos rituais (simbólicos) exige do intérprete que possua cinco qualidades ou condições, sem as quais os símbolos serão para ele mortos, e ele um morto para eles.
A primeira é simpatia; não direi a primeira em tempo, e cito por graus de simplicidade. Tem o intérprete que ter simpatia pelo símbolo que se propõe interpretar. A atitude de cauta, a irônica, a deslocada - todas elas privam o intérprete da primeira condição para poder interpretar.
A Segunda é a intuição [...]. Por intuição se entende aquela espécie de entendimento com que se sente o que está além do símbolo, sem que se veja.
A terceira é a inteligência. A inteligência analisa, decompõe, ordena, reconstrói noutro nível o símbolo; tem, porém, que faze-lo depois que se usou da simpatia e da intuição. Um dos fins da inteligência, no exame dos símbolos, é o de relacionar no alto o que está de acordo com a relação do que está embaixo. Não poderá fazer isso se a simpatia não tiver lembrado essa relação, se a intuição a não tiver estabelecido. Então a inteligência de discursiva que naturalmente é, se tornará analógica, e o símbolo poderá ser interpretado.
A Quarta é a compreensão, entendendo por esta palavra o conhecimento de outras matérias, que permitam que o símbolo seja iluminado por várias luzes, relacionados com vários outros Símbolos, pois que, no fundo, é tudo o mesmo. Não direi erudição, como poderia ter dito, pois a compreensão é uma vida. Assim aceitos símbolos não podem ser bem entendidos se não houver antes, ou no mesmo tempo, o entendimento de símbolos diferentes.
A Quinta é menos definível. Direi talvez, falando a uns que é a graça, falando a outros que é a mão do Superior Incógnito, falando a terceiros que é o Conhecimento e Conversação do Santo Anjo da Guarda, entendendo cada uma destas coisas, que são a mesma da maneira como as entendem aqueles que delas usam, falando ou escrevendo.
Fonte:
Fernando Pessoa, Obras Completas, Rio de Janeiro: Nova Aguilar S. A , 1986, p. 4)

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Exposição Virtual no ctrl+alt+dança

O ctrl+alt+dança, importante site de divulgação da Dança e das artes corporais, já esteve neste blog em postagens anteriores, sempre ressaltando as produções correntes e propondo ações inovadoras, que abrem novos espaços para o fazer criativo dos artistas corporais.
Este ano o site abriu uma convocatória para uma exposição virtual, que poderia ser em registro fotográfico e/ou audiovisual. Os trabalhos selecionados ficam em exibição por um período de tempo e neste espaço é possível acompanhar além das imagens, as palavras do artista sobre o material criado.
Hoje este espaço - Galeria - recebe o trabalho de Aline Teixeira intitulado " Estudo para Androginia".

 "Este ensaio fotográfico é resultante de uma pesquisa de pós-graduação de caráter interdisciplinar que, contando com diferentes ações em torno de um tema principal, não resultou em um produto único, mas sim em uma série de fragmentos poéticos que utilizaram suportes diversos. Fotografias, vídeos e coreografias foram criados a partir de um olhar interessado pela fragmentação do corpo e se direcionaram em torno de uma estética apontada pelas possibilidades dialógicas entre corpo e imagem."(Aline Teixeira)


Para visualizar a exposição e a continuidade do texto da artista, Clique aqui

domingo, 4 de maio de 2014

Nijinsky noticiado

Entre os muitos sites de pesquisa existentes na web, é importante não perder de vista alguns que são fontes ricas de informação e imagens, nesta categoria pode-se destacar o site:
http://www.russianballethistory.com/aprilspecialfeatures.htm
Neste, muitas histórias e informações são disponibilizadas da lendária companhia  Les Ballets Russes de Diaghilev, abrangendo todo o período de sua existência.
Em cada mês são destacadas as datas e acontecimentos importantes; e foi assim que o site fez uma publicação sobre a morte de Nijinsky, em 08 de abril de 1950.

Vaslav Fomich Nijinsky Died April 8, 1950

 

 

Vaslav Nijinsky was born in Kiev, Russia, while his parents, dancers Eleonora Bereda and Foma Nijinsky were on tour. He entered the Imperial School in St. Petersburg in 1898, and upon graduation in 1907 became a soloist with the Maryinsky Theatre.
He met Sergei Diaghilev, and Nijinsky went to Paris with him and danced the leading roles in Le Pavillion d'Armida and Les Sylphides with Anna Pavlova in 1909. The next year he danced the golden slave in Scheherazade.
He continued to dance with the Diaghilev's Ballets Russes after 1909, although Anna Pavlova left because Diaghilev favored his male dancers. 

Para continuar a ler o artigo  Clique aqui

terça-feira, 22 de abril de 2014

O que me move ....



Quando me movo, um universo inteiro se move comigo.
Surgem sensações, imagens, emoções ....
Entrego-me atenta as sugestões de um invisível,
que não é desconhecido.
É parte de mim, da minha ancestralidade,
do que fui e do que serei.
Esse estado me preenche e me coloca humildemente,
diante de algo
que supera minha compreensão e minha individualidade.
Me coloca diante de um infinito movente.


domingo, 20 de abril de 2014

Presente de ctrl+alt+dança

O ctrl+alt+dança é um site de divulgação das artes do corpo e da dança no Brasil, já noticiado por aqui anteriormente.


Com uma equipe de artistas pesquisadores, o site propõe-se a publicar não só as estreias e acontecimentos, mas também a cobertura da produção nas artes da cena que se faz em outras linguagens.
Sempre buscando novos lugares o ctrl inova ao fazer exposições virtuais de fotografias e vídeos, assim como criar uma plataforma com a produção de pesquisa acadêmica por artistas cariocas ou outras de inspiração pelas passagens pela cidade do Rio de Janeiro.

Neste domingo de Páscoa o ctrl, na figura do meu queridíssimo amigo André Bern, presenteou-me com a divulgação de um texto em sua página. Com o título "RE .....", o texto é uma reflexão sobre a vida e o significado da Páscoa.

RE, por Adriana Barcellos

“Os corpos ressuscitados são guerreiros mais belos porque trazem nas suas mãos as cores do arco-íris. E os corpos se transformam então em semente que engravida a terra para que nasça o futuro…” Rubem Alves [1]


Para acessar o ctrl+alt+dança e continuar a ler o texto, Clique aqui

sexta-feira, 18 de abril de 2014

64 Anos da Partida de Nijinsky

Foi numa Sexta - Feira Santa como hoje ......
No dia 08 de abril de 1950, Nijinsky fazia seus últimos movimentos antes de transpor nosso universo material. Segundo escritos na biografia de Françoise Reiss, ele fazia os movimentos de braços que por tantas vezes repetiu no Balé "Le Spectre de La Rose".

  
"[...]Atingido por uma afecção renal, o seu estado piora bruscamente no Hotel de Londres onde o casal se instalou. Transportado para uma clinica, repete, no seu delírio, os gestos do Espectro da Rosa, os famosos movimentos de pulso por sobre a cabeça [...].
Alguém chama um padre para os últimos sacramentos. Romola Nijinsky não deixa a cabeceira do marido. Ele dirige-lhe um último olhar de ternura. É manhã de Sexta - Feira Santa, 8 de Abril de 1950. Na morte o rosto de Nijinsky ganhou uma beleza maravilhosa, em que a graça parece como marcada para a eternidade."
(Reiss, 1958, p. 259)
Nijinsky já sofria a sensação de morte, de si mesmo e de sua Dança. Ao longo da leitura dos seus Cadernos, é possível vivenciar com ele a amargura da sua imobilidade e a ansiedade por deixar seus escritos para o mundo, como se o tênue fio de sua existência estivesse se rompendo. 
“Resta-me pouco tempo de vida, por isso quero atingir meus objetivos o mais depressa possível.”
(Nijinsky, 1998, p. 126)


 “O seu olhar não era nem embaciado, nem privado de sentimento, era antes o olhar de um ser que é forçado a viver na terra, mas cuja alma voou para regiões de tal maneira longínquas que ele é talvez incapaz de a encontrar, a essa alma errante mas existente, essa alma que mantinha nos seus olhos um olhar calmo e triste.”
(Chapowalenco apud Reiss, 1958, p. 251)
 
Referências:
Nijinsky, V. Cadernos de Nijinsky: o Sentimento. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1998.
REISS, F. A Vida de Nijinsky. Lisboa: Estudos Cor, 1958.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Antonin Artaud na Cia Amok de Teatro

Acompanho o trabalho da Cia Amok de Teatro há algum tempo. Trabalho sensível, profundo e simbólico.
"Cartas de Rodez" foi o primeiro que me chamou a atenção, por tratar do universo da loucura vivenciado e descrito por Artaud em cartas à seu médico. Estas cartas foram escritas de 1943 a 1946, período em que Artaud esteve internado no manicômio de Rodez.
Coincidentemente este espetáculo estreou no Rio, no Instituto Philipe Pinel, quando eu começava a minha imersão e pesquisa nos labirintos da loucura, na tentativa de compreender o processo vivido por Nijinsky, que resultou anos depois no espetáculo Skizo.

Skizo foto de Stefan Patay

Acompanhei um Ciclo de Debates, intitulado "Teatro e Loucura: Vozes da Cidade", que aconteceu na mesma sala onde a peça era encenada. Lembro do cenário que permanecia montado durante o ciclo de palestras e de como aquelas imagens eram marcantes.
Só anos mais tarde, consegui assistir a peça, e a profundidade da montagem só reafirmou o universo tão doído e tão devastador da loucura.


 "A vida é a imitação de algo essencial, com o qual a arte nos põe em contato"
Antonin Artaud


“Não quero que ninguém ignore meus gritos de dor e quero que eles sejam ouvidos”.
 Antonin Artaud



“O eletrochoque me desespera, tira minha memória entorpece meu pensamento e meu coração, transforma-me num ausente que se percebe ausente e se vê durante semanas perdido em busca de seu ser como um morto ao lado de um vivo.
Na última série eu fiquei durante todo o mês de agosto e setembro absolutamente impossibilitado de trabalhar, de pensar e de me sentir ser. Peço que me poupe de uma nova dor, isto me fará repousar, Dr. Ferdière, e preciso muito de um repouso.”
 Antonin Artaud

Ana Teixeira, diretora da peça e da Companhia escreveu em 1999, um belíssimo artigo sobre a peça e Artaud intitulado "O Teatro da Cura Cruel", publicado na Revista Interface, uma publicação da UNESP que aborda a relação entre saúde mental, educação e cultura. Para acessar o artigo completo  Clique aqui

Fonte:  http://www.amokteatro.com.br/

domingo, 23 de março de 2014

Dia Mundial da Água com Projeto Gesto




Ontem foi o Dia Mundial da Água, que não poderia deixar de ser lembrado pelo Projeto Gesto.
As imagens abaixo são do espetáculo "Água de Beber, Água de Sonhar", desenvolvido ao longo de 2013 no Colégio Estadual Cardoso Fontes.

                                                                                                                                                          
Rayssa Soares, Thays Fragoso e Vitória Fraga
Adriana Barcellos e Barbara Pio

Thays Fragoso, Rayssa Soares e Vitória Fraga


Vitória Fraga


Rayssa Soares