domingo, 14 de julho de 2013

VI Fala outra Escola


Primeiro dia: falas, escutas e provocações
"Cada aluno é um sujeito singular, insubstituível, e é para ele que nossa escuta deve ser direcionada; e não a fala solitária do conhecimento e do conteúdo que sobressai na postura e torna-se impostura, imposição, imobilidade e outros "im", outras negativas." 


Mesa de abertura
"Um cotidiano escolar sempre aberto ao diálogo na construção de outras possibilidades de instituição de uma escola pública de qualidade, a favor das múltiplas aprendizagens e de inúmeros aprendizados! 
Uma escuta que não se exerce só! Porque é uma escuta alteritária, de alteridade, uma escuta que necessita de outros e outros e outros, na lucidez do encontro, uma escuta para exercitarmos esse nosso compromisso e comprometimento com a produção de uma escola outra – mais humana, menos mercadológica, mais diversa e plural!
[...]
Paulo Freire, em toda a sua rica existência, como ele mesmo disse, foi se "radicalizando". Esta manifestação também está inscrita no livro "Pedagogia dos Sonhos Possíveis", organizado por Ana Maria Freire. Diz ele:
'Uma coisa que continua em mim, como pessoa e como educador, quer pensando na prática educativa quer fazendo a prática educativa, é um profundo respeito à figura do educando, ao gosto do educando e à formação do educando. Sou tão intransigente com isso que, toda vez que alguém usa a palavra treinar, eu critico e contraponho a palavra formar. Continua em mim o respeito intenso à experiência e à identidade cultural dos educandos. Isso implica uma identidade de classe dos educandos. E um grande respeito, também, pelo saber ‘só de experiência feito’, como diz Camões, que é exatamente o saber do senso comum [...]' (pág.232)." (Texto de abertura do VI Fala, de Guilherme do Val Toledo Prado - Coordenador do GEPEC - Grupo de Estudos e Educação Continuada)

Finalizando sua fala na abertura do VI Fala, Guilherme termina com um poema de Manoel de Barros que explicita a experiência como prática de vida e a vida como prática por si só.


“Nosso conhecimento não era de estudar em livros,
Era de pegar de apalpar de ouvir e de outros sentidos.
Seria um saber primordial?
Nossas palavras se ajuntavam uma no outra por amor
e não por sintaxe.
A gente queria o arpejo. O canto, O gorjeio das palavras.
Um dia tentamos até de fazer um cruzamento de árvores
com passarinhos
para obter gorjeios em nossas palavras.
Não obtivemos.
Estamos esperando até hoje.
Mas bem ficamos sabendo que é também das percepções
primárias que nascem arpejos e canções e gorjeios.”
(Manoel de Barros, Menino do Mato, Editora Leya, 2010, pág. 11)

O registro completo da fala de abertura de Guilherme do Val Toledo Prado pode ser visualizado no link:  https://www.facebook.com/notes/rosaura-soligo/fala-de-abertura-do-fala-guilherme-do-val-toledo-prado/533861646650461

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