A obra de arte não é só o resultado final, mas todo o percurso, as dúvidas, e os anseios que fazem parte do processo.
É difícil precisar onde uma obra começa. Às vezes uma imagem, um sonho esquecido, um descontentamento, tudo isso em reboliço no pensamento, no sentimento e até nas atitudes, podem direcionar um caminho, um desejo.
“[...] o fato que provoca o artista é da maior multiplicidade de naturezas que se possa imaginar. O artista é um receptáculo de emoções.” (SALLES, 2007, pág. 55)
O artista persegue um rumo que é vago, ele nunca sabe onde vai terminar, ele tem a intuição do desejo e trabalha em cima desse objetivo sem saber muito bem onde vai chegar. O desejo nunca é completamente satisfeito e é isso que o move numa busca que não tem fim. A perseguição do desejo acompanha o artista em todas as suas obras e essa perseguição é que faz o artista construir outra, outra, e outra obra. Esse caráter vivo da obra traz um dinamismo ao processo criativo.
“ Só se pode agir livremente sacrificando constantemente outras possibilidades de liberdade; a liberdade constitui-se tanto das escolhas que se deixa de fazer ou que não se pode fazer, quanto das escolhas que efetivamente acontecem.” (SALLES, 2007, pág. 64)
SALLES,
C. A. Gesto Inacabado: processo de criação artística. São Paulo: Annablume, 2007.
Fotografias tiradas durante a Residência Artística no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, pertencentes ao processo de criação do espetáculo, "Biurá - contas de sonhos".
Crédito das fotos: Aline Teixeira
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