segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Lançamento do Filme sobre Helenita de Sá Earp





No próximo dia 01 de outubro, durante 10º Congresso de Extensão da UFRJ, será realizado o lançamento do documentário Dançar, que focaliza a vida e a obra da Professora Emérita Helenita Sá Earp, introdutora da dança nas universidades brasileiras em 1939.
A professora Helenita estabeleceu uma estrutura teórica para o ensino e a criação em dança, tendo formado uma geração de profissionais que disseminaram estes princípios em cursos superiores por todo o Brasil. O roteiro do filme está estruturado da seguinte forma:
  • Depoimentos documentais: entrevistas com contemporâneos de Helenita que participaram de momentos de sua vida.
  • Coreografias: recriações de obras consideradas inovadoras pela crítica especializada, tais como: “Manhã de Sol” de 1939, que contou com a regência de Heitor Villa-Lobos, “Formas Aleatórias” realizada no MAM em 1959, “Ritmo, Forma e Cor” apresentada no I Encontro das Escolas de Dança do Brasil em 1962 e as excursões realizadas na Europa e Estados Unidos. Essas coreografias são registradas em locações externas que evocam a relação de Helenita com a cidade do Rio de Janeiro;
  • Depoimentos técnicos: coreógrafos e intérpretes falam sobre a influência dos Fundamentos da Dança de Helenita Sá Earp sobre seus próprios trabalhos, demonstrando para a câmera alguns dos princípios pesquisados por Helenita;
  • Fragmentos de vida: o filme reproduz, de forma poética, momentos da vida de Helenita. Este bloco enfatiza seu caráter pioneiro e inovador, não apenas no que se refere à dança, mas também na sua postura de vida pautada por uma relação direta do corpo com a natureza, introduzindo e antecipando hábitos de vida e alimentares que só viriam a se popularizar no final do século XX;
A solenidade de lançamento prevê a participação de representantes institucionais e também personalidades que conviveram com a professora Helenita e que estiveram envolvidos no filme.
O documentário Dançar é uma produção da Universidade Federal do Rio de Janeiro através do Laboratório de Imagem e Criação em Dança (LICRID) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) , e contou com doações de admiradores da obra da professora Helenita.
Ficha Técnica
Direção e montagem: Luiz Guimarães de Castro
Direção de Fotografia: Alex Araripe
Roteiro: André Meyer e Luiz Guimarães de Castro
Produção: Marcelo Lafitte, Rodrigo Costa e Bernardo Thedim
Direção Musical: Sara Cohen
Trilha Sonora: Felipe Barros
Som: Ben Hur Machado e Toninho Muricy
Narração: Julia Lemmertz
Coordenação do projeto: Ana Célia Sá Earp e André Meyer
O lançamento será às 18h, no Centro Cultural Professor Horácio Macedo (Auditório Roxinho) – Av. Athos da Silveira Ramos S/N – Prédio do CCMN – Cidade Universitária, RJ.


domingo, 29 de setembro de 2013

Silêncio novamente





"Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto."
(Confissão, Mário Quintana)


domingo, 22 de setembro de 2013

Ainda a Água

Depois da água da imagem, no movimento e nos olhos,continuei com esse elemento em meus dias. Indo para a aula deparei-me com esse volume tranquilo, banhado pelo sol. Fiquei por um tempo observando e escutando sua calmaria. Tive que registrar para perpetuar sua fluidez.





Fotos tiradas em Barão Geraldo, bairro de Campinas, próximo a UNICAMP.

sábado, 21 de setembro de 2013

A Espada, o Âmbar e a Água

A aventura desses três elementos começou com um convite de uma música, que possuia nuances medievais.
Eu estava deitada no chão, a melodia foi ressoando e me levando para terras distantes. Surgiu uma floresta, cavaleiros com seus cavalos, roupas metálicas, lanças e espadas. O ambiente de uma aldeia medieval encravada no meio da floresta tinha uma dualidade de sentimentos e cores, onde coexistiam o lúdico e o masculino.
As lanças furavam o espaço em muitos planos, as vezes simultaneamente, assumindo direções opostas com muita força e vigor. Uma delas entrou em uma pedra, o que me lembrou a história de Arthur e Merlin: Excalibur. Apesar das espadas, não experimentei o sentimento de morte, tristeza ou finitude.


Minhas mãos foram percorrendo o espaço embaladas pela melodia e aos poucos foram transformando-se nas pontas das lanças e espadas, que perfuravam o espaço, traçando linhas retas em variadas direções. Quando voltei ao chão para um repouso dessa primeira imagem, a sensação de retidão ainda existia, ainda sentia que as linhas persistiam, apesar de me recolher em uma forma arredondada.
Um segundo convite surgiu após o momento tão forte das espadas medievais. No centro da sala, imagens distintas eram espalhadas em uma diversidade de formas e cores. Do rápido passeio dos olhos uma delas chamou a atenção e o coração. Era uma imagem de um rio, uma cachoeira com água brilhante e um reflexo de sol.
Essa água me fisgou e imediatamente me enchi dela; senti-me mareada, com os olhos inundados daquela água com brilho.
Desviei os olhos para que a água não escorresse e imediatamente outra imagem me alcançou. Sem entender racionalmente o que era fiquei presa em sua configuração disforme. Era algo arredondado que parecia ter pelos ou espinhos, com um líquido viscoso que escorria assimetricamente. Identifiquei o líquido com o âmbar, material arcaico originado de pinheiros ancestrais com resquícios de material fóssil.


A ideia do âmbar com sua estrutura viscosa escorrendo sobre uma forma arredondada e estruturada tomou meu corpo/movimento; o disforme na forma. O escorrer nos espinhos trouxe uma sensação de dor que não podia ser freada; como uma tarefa que precisa ser cumprida a todo e qualquer custo; tarefa doída.
Algumas ideias surgiram dessa imagem: o maleável no concreto, o vazio no cheio, o informe na forma, o duvidoso e a assertividade, o desconhecido e talvez novo.
O âmbar viscoso escorregando foi se transformando na água fluida, que descortinou outra intensidade. A água do rio, da cachoeira, que passa por entre as pedras, que encontra retenção e é refreada.... O som da água veio com tranquilidade, esta água não era violenta era calma e constante. A água entrou e ficou em mim; muita água que com a mesma tranquilidade do som me inundava, tirando tudo lugar, alterando as posições e espaços.
Pensei em como a água encontra caminhos nos lugares mais difíceis, entre pedras, raízes e obstáculos. Persegui esses caminhos, mas não cheguei a lugar nenhum, continuei com todo o volume que me tomou sem conseguir dar vazão a ele.


Por que a água ainda?
Por que ainda me inunda?
Os símbolos surgiram fortes e potentes, cada um com uma característica: a espada de metal vigorosa; o âmbar viscoso que antecede a formação da resina e carrega consigo marcas de um tempo primitivo; e a água que escorre, preenche e abre os espaços com calma ou violência, impondo-se aos desejos e necessidades.
As imagens surgem poderosas, carregam além da figuração, emoção, sentimento e percepção do mundo. Dessa forma provocam narrativas que podem ser identificadas com as necessidades ou vivências do indivíduo imaginante. Ouvir os desdobramentos das imagens nas individualidades, reforçou uma palavra: encontro.
O encontro é a identificação com algo que produz uma ressonância no meu espaço interno. As escolhas tem a ver com os encontros, e até onde escolhemos nossos encontros? Não seria a necessidade do encontro que nos escolhe?
Escolher talvez seja encontrar o que é preciso, ou o que me completa, a parte que me faz falta.
“É preciso seguir essas imagens que nascem em nós mesmos, que vivem em nossos sonhos, essas imagens carregadas de uma matéria onírica rica e densa que é um alimento inesgotável para a imaginação material.” (Bachelard, 2002)

Fontes:
BACHELARD, G. A água e os sonhos. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
Fontes das Imagens:
http://noticias.band.uol.com.br/ciencia/noticia/?id=100000456121
http://www.interfilmes.co/filme_v4_13305_Excalibur.html#Imagens
http://osegundoregistro.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Aniversário de Paulo Freire

Hoje o educador Pernanbucano, Patrono da Educação Brasileira, completaria 92 anos.



"Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. O principal livro de Freire se intitula justamente Pedagogia do Oprimido e os conceitos nele contidos baseiam boa parte do conjunto de sua obra." (Revista Nova Escola)
Para ler o texto completo Clique aqui

domingo, 15 de setembro de 2013

Narrativa - do Acadêmico ao Cordel

Hailton Mangabeira e sua intervenção no GEPEC

A narrativa é uma construção coletiva, onde múltiplas vozes soam e ressoam ao mesmo tempo. Existindo na história, desde o inicio dos tempos nas mais variadas sociedades, ela carrega as experiências que o homem acumula, do mundo que ele percebe, sente e observa.

A narrativa é a ação de trocar experiências, de promover leituras diferentes de mundo, de promover olhares e subjetividades. Todo o texto se modifica com tempo, vai ganhando simbolismos e significações de acordo com as experiências que vão sendo vivenciadas. Dai pode-se imaginar a riqueza que um texto possui, pois ele é uma abertura à múltiplas construções não só entre as diferentes individualidades, mas também para o mesmo leitor (em épocas distintas).

A experiência constrói sensibilidades, constrói a razão e o entendimento do mundo. A narrativa é a experiência de compartilhar experiências. A história como descrição dos fatos ocorridos, é uma leitura possível de uma experiência, e não uma verdade, e os mitos são narrativas históricas, onde a magia das construções potencializam sua existência através dos tempos.

A narrativa não existe apenas na forma verbal e ortográfica. O homem expressa narrativas através de gestos, movimentos e sons. A Arte foi a primeira narrativa do homem, através da pintura e da dança, mas com o desenvolvimento da grafia e da razão cartesiana, este tipo de narrativa foi sendo desvalorizada pela sociedade. Uma narrativa pode produzir inúmeras imagens que podem se desdobrar em suportes diversos gerando repercussões e ressonâncias.

A intervenção de Hailton Mangabeira, poeta e cordelista, no GEPEC - Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Continuada - assim como na disciplina “ Tópicos Especiais em Arte e Contexto - Relacionando o processo de criação artística com temas da psicologia profunda”, ministrada pela Professora Doutora Elisabeth Bauch Zimmermann, trouxe um tipo específico de narrativa, o Cordel, repleto de imagens e sentidos de uma cultura viva, que moveu sentimentos e lembranças nas pessoas presentes.

Hailton Mangabeira em intervenção prática no Instituto de Artes
 Mais fotos destes encontros na página O Diálogo com Paulo Freire.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Estreia do novo espetáculo - Grupo Corpo

Grupo Corpo surpreende com Triz
Ao mesclar ordem e caos, Rodrigo Pederneiras reinventa a sua gramática


A matéria completa encontra-se na página Eventos

domingo, 1 de setembro de 2013

Nova Página Eventos



Mais informações na página Eventos.

Imagens Inconscientes

Desenho de Jung para o Livro Vermelho.

"Era naturalmente uma ironia que eu, um psiquiatra, devesse a cada passo de meu experimento, me deparar com o mesmo material psíquico que é a substância da psicose e é encontrado nos insanos. É o conjunto de imagens inconscientes que fatalmente confundem o paciente mental. Mas ele também é a matriz de uma imaginação mitopoética que desapareceu em nossa época racionalista. Embora essa imaginação esteja presente em toda parte, ela é repudiada e temida."
Jung  
 
Mitos egípcios: Lápis de cera sobre papel de Carlos Pertuis.
"Cada um desses indivíduos - esquizofrênicos ou marginais de vários gêneros - possui suas peculiaridades, mas todos tem contato íntimo com as forças naturais, brutas, virgens do inconsciente. Que hajam configurado visões, sonhos, vivências nascidas dessas forças primígenas, eis um dos mistérios maiores da psique humana." 
Nise da Silveira

Fontes:
JUNG, C.G. Memórias, Sonhos e Reflexões, 2006, p.188
MELLO, L. C. (org), sem data, Arqueologia da Psique. Catálogo da exposição: Museu de Imagens do Inconsciente. Rio de Janeiro:Optagraf
http://www.ccs.saude.gov.br/o_museu_vivo/index.htm